sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Obra de Pires Cabral vale prémio Camilo

‘O Porco de Erimanto’ valeu, este ano, ao escritor António Manuel Pires Cabral o ‘Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco’.
Pires Cabral é o 20.º escritor premiado com este galardão, instituído através de uma colaboração entre a Associação Portuguesa de Escritores e a Câmara Municipal de Famalicão.

O prémio tem um valor monetário de 7.500 euros e já reconheceu escritores como Mário de Carvalho, Maria Isabel Barreno, Maria Velho da Costa, Luísa Costa Gomes, José Eduardo Agualusa, António Mega Ferreira entre outros.

A obra vencedora - ‘O Porco de Erimanto’ - é uma colectânea de contos publicada pela ‘Cotovia’ e mereceu o voto do júri - constituído por Afonso Cruz, José António Gomes e Serafina Martins, com a coordenação de Fernando Miguel Bernardes - que enalteceu a “diversid ade dos registos linguísticos” e o “trabalho de apuro estilístico do texto”.

“A exploração do absurdo e o sentido de humor constituem dois outros traços marcantes de uma colectânea que se distingue pela sua unidade e equilíbrio internos e pela cultura literária evidenciada pelo autor”, referiu o júri.


Satisfação pelo reconhecimento

António Manuel Pires de Cabral nasceu em 1941 em Chacim (Macedo de Cavaleiros). Licenciado em Filologia Germânica, venceu o Prémio Círculo de Leitores de 1983 com o romance ‘Sancirilo’.

Feliz com a atribuição do prémio, o autor disse, na altura, ter acolhido a notícia com “dois estados de alma: primeiro satisfação absoluta, por se ver reconhecido ou ver uma parte do trabalho reconhecida, e, por outro lado, um estímulo para continuar”.

“Todo e qualquer prémio representa sempre um reconhecimento de uma obra e por conseguinte é sempre muito grato receber prémios. Por outro lado, há aquele outro aspecto que é o prémio criar-nos responsabilidades e portanto estimular-nos a continuar a escrever e fazer cada vez melhor”, sublinhou o autor.

Pires Cabral trabalha já noutra obra - ‘Cobra de água’ - que deverá sair em Julho de 2012.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Saramago abre dois meses de cultura espanhola

Música em espanhol, palavras de um português. Será assim o arranque da segunda edição da Mostra Espanha, hoje, às 21.30, no cinema S. Jorge, com o concerto do cantor estremenho Luis Pastor, acompanhado da Orquestra Metropolitana de Lisboa.

O cantautor Luis Pastor nterpreta textos de José Saramago que resultaram no disco En Esta Esquina del Tiempo . "A selecção e a música são do Luis, Saramago participou aplaudindo", explica Pilar del Río, mulher do escritor, sublinhando que é "um grande seguidor da cultura portuguesa, cantava e tocava Zeca Afonso num bar em Madrid chamado Libertad".
Hoje ainda, inauguram-se duas exposições: Cuerpos de Dolor - A Imagem do Sagrado na Escultura Espanhol a (ver página ao lado) e Rostros de Roma, um percurso do retrato romano através da escultura do Museu Arqueológico Nacional de Espanha. Pode ser vista até 15 de Dezembro no Mosteiro dos Jerónimos.

In Diário de Notícias

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Amazon lança biblioteca digital

Estão inclusos mais de 100 best-sellers atuais e antigos do New York Times


A Amazon.com lançou um serviço de biblioteca digital para donos do Kindle que também forem membros do programa Amazon Prime.

Os assinantes terão a possibilidade de escolher entre vários títulos. Estão inclusos mais de 100 best-sellers atuais e antigos do New York Times, com direito a um deles por mês, segundo a companhia.
O Amazon Prime custa 79 dólares por ano nos Estados Unidos. Ele dá o direito de envio gratuito de itens em dois dias e também acesso livre a cerca de 13 mil programas de TV e filmes.

in http://www.administradores.com.br/informe-se/tecnologia/amazon-lanca-biblioteca-digital/49475/

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

A nova livraria e café de viagens de Lisboa dá a palavra ao viajante

São Bento de portas abertas aos viajantes e numa antiga loja de guarda-chuvas, para maior protecção: quando menos se esperava, abriu em Lisboa um livraria de viagens, que se torna caso único. A Palavra de Viajante quer ser o ponto de encontro de todos os amantes das viagens e dos livros. E até tem um café com sabores do mundo. Extra: uma lista de dez livros de viagens sugeridos pela livraria.

É um pequeno espaço, entre o acolhedor e íntimo, num cotovelo da alfacinha e legislativa Rua de São Bento. Mas, nos seus cerca de cem metros quadrados, esta novíssima livraria de viagens, inaugurada há semana e meia e com o papel ainda a cheirar a novo, abarca o mundo todo. Por sala e meia, perfilam-se estantes de guias, mapas, literatura de viagens, todo o tipo de roteiros, alguns acessórios para o bom viajante. No conjunto, soma Ana Coelho, uma das sócias — juntamente com a amiga Dulce Gomes, propõem-se “umas centenas de referências”. "Mas o stock vive em contínuo crescimento", assegura.
A Palavra de Viajante (cujo nome nasce de um pilar fundamental da casa: a viagem contada na primeira pessoa) quer ser um portal amigável para todas as odisseias possíveis, as reais e as da imaginação. Além dos clássicos e novos guias, resume Ana Coelho, adopta "um conceito mais abrangente, com literatura de viagem, relatos de jornalistas ou embaixadores que deixaram a sua narração do que viram e viveram". Aos livros, juntam-se as comidas e bebidas no Café do Viajante, uma salinha com direito a janela para minijardim e que propõe uma ementa simples onde se conjuga a literatura com pratos e criações nascidas sob influência dos mais diversos cantos do mundo, nomeadamente dos destinos que estejam em destaque na livraria.

O rumo da palavra
Para muitos, abrir hoje uma livraria, e logo destinada ao nicho de viagens, poderia não ser a primeira ideia de negócio a ocorrer. Até há alguns meses, o Centro Comercial da Portela tinha uma livraria similar, a FXS, que entretanto mudou os seus livros para um espaço perto de Sintra, na empresa Touratech, especializada em equipamentos e acessórios para motociclos. Mas as duas amigas, sem relação profissional com as viagens — Ana trabalhava em produção de espectáculos, Dulce é professora de estatística —, decidiram não desistir deste "sonho muito antigo", resultado “da conjugação de duas paixões, naturalmente pelos livros e pelas viagens" e, "sobretudo, por livros que despertam o interesse por viajar". "Tínhamos agora condições para apostar nesta… às vezes não sei se é loucura", confessa-nos Ana.
Uma "loucura" semelhante ao início de muitas viagens: se não fosse agora, "então quando seria a altura certa?". E foi assim que partiram para esta aventura, não sem pensar "mais que duas vezes… umas três ou quatro…". Na génese do projecto, um grande livro, o Danúbio de Claudio Magris, "o historial da Europa no final do século XIX e pelo século XX aproveitando a 'desculpa' do rio". Depois de percorrerem as páginas do livro, as duas sócias realizaram, de facto, a viagem que, aliás, foram relatando num blogue — e é assim que o Danúbio acaba por tomar forma de Palavra de Viajante e desaguar em São Bento. É "uma forma muito interessante de conhecer os povos e as culturas, viajando com o livro e depois podendo fazer a viagem física", resume Ana: "Para mim, é a melhor forma de viajar". Outra viagem marcaria o nascimento da livraria e deixaria marcas decisivas: a concretização de parte do lendário transiberiano.

In Público
Por Luís J. Santos