quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Sendas Queirosianas


Reflectir sobre Eça a várias vozes

AGOSTINHO SANTOS (JN)

"Sendas Queirosianas" reúne diversos estudiosos para debater, de hoje, quinta-feira, a sábado, em Baião, obra do escritor

A iniciativa "Sendas Queirosianas/Colóquios Internacionais de Tormes" arranca hoje e decorre até depois de amanhã, na Fundação Eça de Queiroz, em Tormes, Baião. Vários especialistas nacionais e estrangeiros debatem a obra do escritor.

Começa às 14.30 horas a primeira edição de "Sendas Queirosianas/Colóquios Internacionais de Tormes", uma organização da Fundação Eça de Queiroz (FEQ) com o apoio da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

A edição inaugural vai centrar-se sobre uma temática genérica, mas interpeladora, ao propor o tema "Os estudos queirosianos - desafios actuais".

Trata-se de uma iniciativa que, segundo os organizadores, pretende contribuir para a reflexão em torno e a partir da obra de Eça de Queiroz e do espaço mítico de Tormes. Para esse efeito, o objectivo é congregar estudiosos e investigadores da literatura, homens da cultura e das artes, professores e promotores culturais e agentes ligados às causas do ambiente e do mundo rural.

Assim, a FEQ quer imprimir regularidade a essa reflexão, que terá formatos diversos conforme o mote congregador de cada edição das "Sendas Queirosianas/Colóquios Internacionais de Tormes".

O colóquio é aberto ao público e funcionará em diversas sessões plenárias, reunindo na região um número razoável de estudiosos da obra do autor.

Entre os participantes, contam-se a ex-ministra da Cultura Isabel Pires de Lima e Fátima Marinho, ambas professoras da Faculdade de Letras da Universidade do Porto; Izabel Margato, da Pontífica Universidade Católica do Rio de Janeiro, Brasil; Jordi Cerdá, da Universidade de Barcelona, Espanha, e Luís Fagundes Duarte, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, entre outros.

O primeiro colóquio tem lugar às 15 horas. Presidido por Isabel Pires de Lima, conta com a intervenção de Álvaro Manuel Machado, que abordará o tema "Eça, a geração de 70 e a dicotomia cidade-campo", e com a de Teresa Pinto Coelho, que falará sobre "Eça de Queiroz e a cultura inglesa, novas perspectivas de estudo". Por seu lado, Isabel Margato fará uma intervenção subordinada ao título "O lugar tenso da modernidade nas 'cenas da vida portuguesa' de Eça de Queiroz".

Num outro painel de intervenções, que está previsto começar às 17.30 horas e é presidido por António Lourenço, falarão Miguel Real, sobre "O contexto filosófico e cultural do último Eça"; Irene Fialho ("Fradique, de novo") e Miguel Lume, sobre "Portugal e os portugueses em Eça de Queiroz".

Amanhã, os trabalhos terão inicío às 9.30 horas, com a interveção de Maria João Simões, acerca de "As estratégias realistas ao jogo paródico", seguindo-se Vicente Arsillo, que falará sobre "José Matias: o alibi e o espelho", e Alfredo Matos, que fará uma intervenção sobre "Eça de Queiroz, uma biografia, considerações sobre o género biográfico".

Ainda da parte da manhã, a partir das 11.30 horas, António Lourenço falará sobre "Eça de Queiroz e o naturalismo" e Isabel Pires de Lima abordará o tema "Eça: a literatura como pintura".

À tarde, às 14.30 horas, iniciar-se-á outro painel, desta vez, com Francisco Sousa Neto, que questionará as "Recriações contemporâneas do Fradique eciano: diálogos intertextuais", e Maria de Fátima Marinho centrará a sua intervenção em "De Eça a Mário de Carvalho: a eternização do mandarim".

Depois de amanhã, Maria João Reynaud fará uma intervenção, subordinada a "Eça e Raúl Brandão: uma hipótese deve, em princípio, considerar-se interrogativamente", Helena Santana falará sobre "Tópsius, Teodorico e Fradique: os usos modernos da religião" e Sílvio Alves irá repensar São Cristovão no conjunto da obra queirosiana.

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